A Educação de Jovens e Adultos sempre estive relegada a um segundo plano na política nacional. Explica-se esta situação com a ideia de que até o período da industrialização, os governos que administraram o Brasil, não relacionavam o aumento da produtividade econômica ao nível de educação do povo, pois, a agricultura, base da economia nacional, estava relacionada ao trabalho braçal e não ao intelectual.
Na década de 60 surgiu a Educação Popular liderada por universidades, movimentos religiosos e partidos políticos, que viam na educação uma maneira de fomentar nas classes populares a participação política. Este movimento chegou ao campo, e com Paulo Freire desenvolveu-se a noção de que os saberes cotidianos do aluno devem ser valorizados:
Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade agressiva em que a violência é a constante e a convivência das pessoas é muito maior com a morte do que com a vida? Por que não estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos? “ (FREIRE, 1996, p.15)
A visão libertadora muda a maneira como o analfabetismo era pensado, de causa da pobreza e da marginalização passou a ser visto como efeito de uma estrutura social não igualitária. O discurso de Freire mostrava a importância de desenvolver no adulto a consciência e o espírito crítico, pois só assim, o homem aprenderia a fazer suas próprias escolhas e se libertar de qualquer forma de dominação. Desta maneira, o homem poderia mudar a sua realidade e se reconhecer como um agente histórico capaz de influenciar o seu meio.
O que se percebe atualmente é que muitos Estados e Prefeituras oferecem a modalidade da EJA, mas apenas para cumprir a Lei, pois o atendimento não é integrado ao ensino regular, pois em muitos casos os alunos são podados do uso de várias ferramentas educacionais, entre elas as tecnológicas. É notório que os recursos tecnológicos são aliados do processo de ensino aprendizagem em qualquer modalidade de ensino.
Devemos lutar para que os professores e os alunos da EJA tenham acesso as TIC´s, para que a fluência tecnológica possa caminhar junto com o processo de alfabetização.
